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03/02/2015

O peso excessivo das mochilas







                   O peso excessivo das mochilas






“Mãe, está a dar-me uma cãibra” disse o meu filho depois de colocar a mochila nas costas.
Todos os dias, quando ajudo o meu filho a transportar a mochila para mais um dia de escola, fico preocupada com o peso que ele carrega. O meu filho pesa 32.8 Kg. A mochila, verifiquei um destes dias, pesava 8 kg: o manual, o livro de exercícios e o caderno para cada uma das disciplinas. Ele carregava às costas aproximadamente  25%  do seu próprio peso. Tenho conhecimento de situações em que as crianças caem para trás com o peso das mochilas 

Depois da alteração dos tempos lectivos de 90 minutos para 50 minutos as crianças e os adolescentes têm mais aulas diariamente. Terão pois que transportar mais livros.

O excesso de peso nas mochilas tem consequências graves. Pode causar danos a longo prazo: defeitos de postura, capazes de evoluir com o tempo para escoliose infantil, cifose ou artrose precoces. Pode, em alguns casos, perturbar o crescimento dos ossos da criança. Tudo problemas irreversíveis e causadores de má qualidade de vida.

Penso portanto que a “escola “ devia preocupar-se mais com esta questão e não exclusivamente com a redução de gastos. Até porque essa redução é só a curto prazo. Futuramente, na vida adulta, estas crianças sofreram de desvios de coluna, e outros tipos de doenças que ficaram muito mais caros ao estado.
Decidi pesquisar, na internet, se há algum limite de peso estipulado por lei para o transporte de peso nas mochilas.

A conclusão a que cheguei é que em Portugal não há qualquer tipo de legislação, já no Brasil, há “Leis que determinam carga máxima por faixa etária”
“Em alguns Estados, como no Rio Grande do Sul, e em capitais como São Paulo e Rio de Janeiro, existem leis que estipulam o peso máximo que pode ser carregado pelos estudantes. A lei gaúcha determina que esse limite é de 5% do peso do aluno na Educação Infantil e de 10% do peso do aluno no Ensino Fundamental.

 Uma pesquisa da Sociedade Brasileira de Ortopedia (SBOT) aponta que crianças de apenas sete anos carregam cerca de 15% do seu próprio peso e, quando a carga transportada é grande, a postura e o esforço requeridos chegam a afetar a capacidade respiratória. Segundo um estudo do Departamento de Fisioterapia da USP, o peso adequado deve ser, no máximo, de 10% do peso corporal, o que raramente ocorre.




Devemos ter consciência destes problemas, e exigir dos poderes públicos tomadas firmes de posição. Com a saúde das nossas crianças não se pode transigir. Elas confiam em nós, não as podemos atraiçoar!


                                                                                   Paula Costa

2 comentários:

  1. Concordo plenamente com esta preocupação e apelo a todos os pais que se preocupem com esta realidade e se aliem no sentido de se conseguir diminuir o peso das mochilas dos nossos filhos. Este peso que eles atualmente transportam vai-lhes causar problemas a nível de saúde futuramente.

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    1. Obrigado pelo seu comentário.
      É verdade sim, transportam demasiado peso.
      Os pais devem manifesta-se nesse sentido.

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